Pronunciamento dos Primazes do GAFCON na memória dos 507 anos da Reforma Protestante

Pronunciamento dos Primazes do GAFCON na memória dos 507 anos da Reforma Protestante

“Amado, embora eu estivesse muito ansioso para escrever a você sobre nossa salvação comum, achei necessário escrever apelando para você para batalhar pela fé que de uma vez por todas foi entregue aos santos.” (Judas 3)

Nós, os Primazes do GAFCON, reunidos em Mount Pleasant, Carolina do Sul, para celebrar a investidura do Arcebispo Steve Wood como o terceiro Primaz da Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA) e para recebê-lo como Primaz da Comunhão Anglicana, enviamos saudações aos fiéis. Gostaríamos de poder escrever para vocês sobre nossa grande alegria pela missão, evangelismo e plantação de igrejas, mas declarações recentes do Arcebispo de Canterbury exigem que mais uma vez abordemos um assunto urgente em torno da ética bíblica que confronta nossa amada igreja anglicana.

As recentes ações do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, onde o Arcebispo Justin Welby defendeu a introdução de bênçãos do mesmo sexo na vida da Igreja da Inglaterra, estimulou o movimento GAFCON na redefinição contínua da Comunhão Anglicana. No entanto, o recente repúdio explícito do arcebispo Welby à doutrina cristã em sua entrevista no podcast da Grã-Bretanha, ‘The Rest is Politics’, ( O Resto é Política) nos levou a repetir nosso sério apelo ao seu arrependimento pessoal.

Nesta entrevista, ele afirma publicamente que:

“Toda atividade sexual deve estar dentro de um relacionamento comprometido e seja heterossexual ou gay. Em outras palavras, não estamos desistindo da ideia de que o sexo está dentro do casamento ou da parceria civil. Apresentamos uma proposta de que, onde as pessoas passaram por uma parceria civil ou casamento entre pessoas do mesmo sexo, casamento igualitário sob a Lei de 2014, elas devem poder ir ao seu local, a uma igreja, e ter um culto de oração e bênção para eles em suas vidas juntos.

Embora ele possa alegar não ter mudado a doutrina do casamento, o Arcebispo de Canterbury mudou comprovadamente a doutrina do pecado, promovendo a santificação do pecado por meio de uma bênção divina.

Isso é uma clara violação da Sagrada Escritura, que ensina inequivocamente que o único contexto adequado para a intimidade sexual é no relacionamento de um homem e uma mulher que se uniram em casamento. Todas as formas de intimidade sexual foram desse contexto são condenadas como imoralidade e são comportamentos dos quais o povo de Deus é regularmente chamado a se arrepender (1 Coríntios 6:9-10).

Também é uma clara violação da Resolução I.10 da Conferência de Lambeth de 1998, que rejeitou a “prática homossexual como incompatível com as Escrituras” e que o Arcebispo declarou em 2022 ser o ensinamento da Comunhão Anglicana, incluindo a Igreja da Inglaterra.

Somos guiados pelas solenes palavras de advertência de Jesus à Igreja de Tiatira, porque “eles toleram o ensino de Jezabel”, que endossa a imoralidade sexual. Somente o julgamento aguarda Jezabel e todos os que a seguem, a menos que se arrependam (Apocalipse 2:21-22; 22:15). Qualquer tolerância, muito menos endosso, da imoralidade está sujeita ao julgamento de Deus.

Por esta razão, em resposta aos seus comentários públicos, repetimos solenemente nosso apelo ao arcebispo Justin Welby para se arrepender pessoal e publicamente dessa negação de seus votos de ordenação e consagração, onde ele prometeu “ensinar a doutrina de Cristo como a Igreja da Inglaterra a recebeu”.

O GAFCON apoia todos os anglicanos fiéis, tanto aqueles que optaram por deixar as províncias estabelecidas onde a autoridade das Escrituras foi comprometida, quanto aqueles que optam por permanecer enquanto buscam reformar sua província por dentro.

Portanto, continuamos a defender a Rede Anglicana na Europa (ANiE) como a provisão estrutural autenticamente anglicana do GAFCON para aqueles que não podem, por consciência, permanecer dentro das estruturas históricas e revisionistas.

Além disso, expressamos nosso apoio à ALIANÇA ( The Alliance) enquanto eles buscam se manter firmes na defesa do casamento bíblico dentro da Igreja da Inglaterra, e estamos prontos para defendê-los, autenticá-los e apoiá-los.

Finalmente, declaramos novamente a todos aqueles na Inglaterra que “batalham pela fé que uma vez por todas foi entregue a todos os santos”, que vocês não estão sozinhos.

Conselho de Primazes do GAFCON

Dia da Reforma Protestante

31 de outubro de 2024

Para conferir o pronunciamento na integra dos Primazes do GAFCON, acesse o clicando no botão abaixo.

Para conferir o pronunciamento na integra dos Primazes do GAFCON, acesse o clicando no botão abaixo.

GAFCON IV – The Kigali Commitment

GAFCON IV – The Kigali Commitment

GAFCON IV – The Kigali Commitment

[Christ] is the head of the body, the church; he is the beginning and the firstborn from among the dead, so that in everything he might have the supremacy.  Colossians 1:18

Greetings from Kigali, Rwanda, where the fourth Global Anglican Future Conference (GAFCON) met from 17-21 April 2023, bringing together 1,302 delegates from 52 countries, including 315 bishops, 456 other clergy and 531 laity.

We were grateful for the extraordinary hospitality extended by Archbishop Laurent Mbanda and the Anglican Church of Rwanda. We were deeply saddened to hear the news of the loss of Laurent and Chantal’s son Edwin, and we continue to offer our prayers of comfort for the Mbanda family.

We were also privileged to be welcomed and addressed by the Prime Minister of the Republic of Rwanda, the Right Honourable Edouard Ngirente who spoke of the significance of our gathering.

Our conference theme for 2023 ‘To Whom Shall We Go?’ (John 6:68), along with our Bible studies in the Letter to the Colossians, focused our attention on Jesus, the one in whom all the fullness of God dwells in bodily form, the Lord of all creation and the head of his body, the church (Colossians 1:15-19; 2:9). 

Our Chairman in his opening address encouraged us to be a repenting church, a reconciling church, a reproducing church and a relentlessly compassionate church. This is the church we want to be. 

We were reminded that the purpose and mission of the church is to make known to a lost world the glorious riches of the gospel by proclaiming Christ crucified and risen, and living faithfully together as his disciples. 

Our Fellowship Together

We gave thanks for God’s goodness and faithfulness to the Gafcon movement since its inception in 2008, as we rejoiced in a new generation of emerging leaders. It is God who unites us to himself and to one other in the power of his Spirit (1 Corinthians 12:13). From the diversity of our different backgrounds and cultures we delighted in our unity in Christ and the love that we share. 

Many among us are from contexts of persecution or conflict and we know that as one part of the body suffers, we all suffer. Some were unable to attend the conference because of this. We prayed for our brothers and sisters in Sudan, and for the suffering church. We also heard testimony of the power of the gospel to transform lives even in these circumstances through the prayer, kindness and compassion of Christians. 

The Authority of God’s Word

The current divisions in the Anglican Communion have been caused by radical departures from the gospel of the Lord Jesus Christ. Some within the Communion have been taken captive by hollow and deceptive philosophies of this world (Colossians 2:8).  Such a failure to hear and heed God’s Word undermines the mission of the church as a whole. 

The Bible is God’s Word written, breathed out by God as it was written by his faithful messengers (2 Timothy 3:16). It carries God’s own authority, is its own interpreter, and it does not need to be supplemented, nor can it ever be overturned by human wisdom. 

God’s good Word is the rule of our lives as disciples of Jesus and is the final authority in the church.

It grounds, energises and directs our mission in the world. The fellowship we enjoy with our risen and ascended Lord is nourished as we trust God’s Word, obey it and encourage each other to allow it to shape each area of our lives.

This fellowship is broken when we turn aside from God’s Word or attempt to reinterpret it in any way that overturns the plain reading of the text in its canonical context and so deny its truthfulness, clarity, sufficiency, and thereby its authority (Jerusalem Declaration #2). 

The Current Crisis in the Anglican Communion

Despite 25 years of persistent warnings by most Anglican Primates, repeated departures from the authority of God’s Word have torn the fabric of the Communion. These warnings were blatantly and deliberately disregarded and now without repentance this tear cannot be mended.

The latest of these departures is the majority vote by the General Synod of the Church of England in February 2023 to welcome proposals by the bishops to enable same-sex couples to receive God’s blessing.  It grieves the Holy Spirit and us that the leadership of the Church of England is determined to bless sin.

Since the Lord does not bless same-sex unions, it is pastorally deceptive and blasphemous to craft prayers that invoke blessing in the name of the Father, Son and Holy Spirit. 

Any refusal to follow the biblical teaching that the only appropriate context for sexual activity is the exclusive lifelong union of a man and a woman in marriage violates the created order (Genesis 2:24; Matthew 19:4–6) and endangers salvation (1 Corinthians 6:9).

Public statements by the Archbishop of Canterbury and other leaders of the Church of England in support of same-sex blessings are a betrayal of their ordination and consecration vows to banish error and to uphold and defend the truth taught in Scripture.

These statements are also a repudiation of Resolution I.10 of the 1998 Lambeth Conference, which declared that ‘homosexual practice is incompatible with Scripture,’ and advised against the ‘legitimising or blessing of same sex unions’. This occurred despite the Archbishop of Canterbury having affirmed that ‘the validity of the resolution passed at the Lambeth Conference 1998, I.10 is not in doubt and that whole resolution is still in existence’. 

The 2022 Lambeth Conference demonstrated the deep divisions in the Anglican Communion as many bishops chose not to attend and some of those who did withdrew from sharing at the Lord’s table. 

The Failure of the Archbishop of Canterbury and the Other Instruments of Communion

We have no confidence that the Archbishop of Canterbury nor the other Instruments of Communion led by him (the Lambeth Conference, the Anglican Consultative Council and the Primates’ Meetings) are able to provide a godly way forward that will be acceptable to those who are committed to the truthfulness, clarity, sufficiency and authority of Scripture. The Instruments of Communion have failed to maintain true communion based on the Word of God and shared faith in Christ.

All four Instruments propose that the way ahead for the Anglican Communion is to learn to walk together in ‘good disagreement’. However we reject the claim that two contradictory positions can both be valid in matters affecting salvation. We cannot ‘walk together’ in good disagreement with those who have deliberately chosen to walk away from the ‘faith once for all delivered to the saints’ (Jude 3). The people of God ’walk in his ways’, ‘walk in the truth’, and ‘walk in the light’, all of which require that we do not walk in Christian fellowship with those in darkness (Deuteronomy 8:6; 2 John 4; 1 John 1:7).  

Successive Archbishops of Canterbury have failed to guard the faith by inviting bishops to Lambeth who have embraced or promoted practices contrary to Scripture. This failure of church discipline has been compounded by the current Archbishop of Canterbury who has himself welcomed the provision of liturgical resources to bless these practices contrary to Scripture. This renders his leadership role in the Anglican Communion entirely indefensible. 

Call for Repentance

Repentance defines and shapes the Christian life and the life of the church. Each day at the Conference, in response to God’s Word in Colossians, we were led in a time of repentance. 

Recognising our own sins, and in humility as forgiven sinners, we pray that those who have denied the orthodox Christian faith in word or deed would repent and return to the Lord (Jerusalem Declaration #13). 

Since those who teach will be judged more strictly (James 3:1), we call upon those provinces, dioceses and leaders who have departed from biblical orthodoxy to repent of their failure to uphold the Bible’s teaching. This includes matters such as human sexuality and marriage, the uniqueness and divinity of Christ, his bodily resurrection, his promised return, the summons to faith and repentance and the final judgment.

We long for this repentance but until they repent, our communion with them remains broken. 

We consider that those who refuse to repent have abdicated their right to leadership within the Anglican Communion, and we commit ourselves to working with orthodox Primates and other leaders to reset the Communion on its biblical foundations.

Support for Faithful Anglicans

Since the inception of Gafcon, it has been necessary for the Gafcon Primates to recognise new orthodox jurisdictions for faithful Anglicans, such as the Anglican Church in North America (ACNA), the Anglican Church in Brazil, the Anglican Network in Europe (ANiE), the Church of Confessing Anglicans Aotearoa New Zealand, and the Diocese of the Southern Cross. We encourage the Gafcon Primates to continue to provide such safe harbour for faithful Anglicans.

In view of the current crisis, we reiterate our support for those who are unable to remain in the Church of England because of the failure of its leadership. We rejoice in the growth of the ANiE and other Gafcon-aligned networks. 

We also continue to stand with and pray for those faithful Anglicans who remain within the Church of England. We support their efforts to uphold biblical orthodoxy and to resist breaches of Resolution I.10. 

Appropriate Pastoral Care

Aware of our own sin and frailty, we commit ourselves to providing appropriate pastoral care to all people in our churches. This is all the more necessary in the current context of sexual and gender confusion, made worse by its deliberate and systematic promotion across the world. 

Appropriate pastoral care affirms faithfulness in marriage and abstinence in singleness. It is not appropriate pastoral care to mislead people, by pretending that God blesses sexually active relationships between two people of the same sex. This is unloving as it leads them into error and places a stumbling block in the way of their inheriting the kingdom of God (1 Corinthians 6:9-11). 

We affirm that every person is loved by God and we are determined to love as God loves. As Resolution I.10 affirms, we oppose the vilification or demeaning of any person including those who do not follow God’s ways, since all human beings are created in God’s image. 

We are thankful to God for all those who seek to live a life of faithfulness to God’s Word in the face of all forms of sexual temptation. 

We pledge ourselves afresh to support and care for one another in a loving and pastorally sensitive way as members of Christ’s body, building one another up in the Word and in the Spirit, and encouraging each other to experience God’s transforming power as we walk by faith in the path of repentance and obedience that leads to fullness of life.

Resetting the Communion

We were delighted to be joined in Kigali by leaders of the Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA) and to host a combined Gafcon-GSFA Primates meeting. Together, these Primates represent the overwhelming majority (estimated at 85%) of Anglicans worldwide.

The leadership of both groups affirmed and celebrated their complementary roles in the Anglican Communion. Gafcon is a movement focused on evangelism and mission, church planting and providing support and a home for faithful Anglicans who are pressured by or alienated from revisionist dioceses and provinces. GSFA, on the other hand, is focused on establishing doctrinally based structures within the Communion. 

We rejoice in the united commitment of both groups on three fundamentals: the lordship of Jesus Christ; the authority and clarity of the Word of God; and the priority of the church’s mission to the world. We acknowledge their agreement that ‘communion’ between churches and Christians must be based on doctrine (Jerusalem Declaration #13; GSFA Covenant 2.1.6). Anglican identity is defined by this and not by recognition from the See of Canterbury.

Both GSFA and Gafcon Primates share the view that, due to the departures from orthodoxy articulated above, they can no longer recognise the Archbishop of Canterbury as an Instrument of Communion, the ‘first among equals’ of the Primates. The Church of England has chosen to impair her relationship with the orthodox provinces in the Communion. 

We welcome the GSFA’s Ash Wednesday Statement of 20 February 2023, calling for a resetting and reordering of the Communion. We applaud the invitation of the GSFA Primates to collaborate with Gafcon and other orthodox Anglican groupings to work out the shape and nature of our common life together and how we are to maintain the priority of proclaiming the gospel and making disciples of all nations.

Resetting the Communion is an urgent matter.  It needs an adequate and robust foundation that addresses the legal and constitutional complexities in various Provinces. The goal is that orthodox Anglicans worldwide will have a clear identity, a global ‘spiritual home’ of which they can be proud, and a strong leadership structure that gives them stability and direction as Global Anglicans. We therefore commit to pray that God will guide this process of resetting, and that Gafcon and GSFA will keep in step with the Spirit.

Our Future Together

As we considered the future of our movement we welcomed the following seven priorities articulated by the General Secretary and endorsed by the Gafcon Primates.

We will engage in a decade of discipleship, evangelism and mission (2023-2033).

We will devote ourselves to raising up the next generation of leaders in Gafcon through Bible-based theological education that will equip them to be Christ-centred and servant-hearted.

We will prioritise youth and children’s ministry that instructs them in the Word of the Lord, disciples them to maturity in Christ and equips them for a lifetime of Christian service. 

We will affirm and encourage the vital and diverse ministries, including leadership roles, of Gafcon women in family, church and society, both as individuals and as groups.

We will demonstrate the compassion of Christ through the many Gafcon mercy ministries.

We will resource and support bishops’ training that produces faithful, courageous, servant leaders.

We will build the bonds of fellowship and mutual edification through interprovincial visits of our Primates. 

Arising from our conference we encouraged the Primates Council also to prioritise discipleship for boys and men.

In order to pursue these priorities and to grow the work of the Gafcon movement, we endorsed the establishment of a foundation endowment. We also encouraged the Gafcon provinces to become financially self-sufficient, not only to advance mission but also to avoid being vulnerable to economic manipulation. 

Most importantly of all, we commit ourselves afresh to the gospel mission of proclaiming the crucified, risen and ascended Christ, calling on all to acknowledge him as Lord in repentance and faith, and living out a joyful, faithful obedience to his Word in all areas of our lives. We will explore fresh ways to encourage each other, to pray for one another and to hold each other accountable in these things.

We commit ourselves into the hands of our almighty and loving heavenly Father with confidence that he will fulfil all his promises and, even through a time of pruning, Christ will build his church.

‘To whom shall we go?’ 
We go to Christ who alone has the words of eternal life (John 6:68) 
and then we go with Christ to the whole world. Amen

Kigali, Rwanda 21 April 2023

GAFCON IV – The Kigali Commitment

GAFCON IV – O Compromisso de Kigali – PT

O Compromisso de Kigali

Ele (Cristo) é a cabeça do corpo, que é a igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a supremacia. Colossenses 1:18
 

Saudações desde Kigali, Ruanda, onde a quarta Conferência Global do Futuro Anglicano (Global Anglican Future Conference – GAFCON) aconteceu entre os dias 17 a 21 de abril de 2023, reunindo 1.302 delegados de 52 países, incluindo 315 bispos, 456 outros clérigos e 531 leigos.

Ficamos gratos pela extraordinária hospitalidade oferecida pelo Arcebispo Laurent Mbanda e pela Igreja Anglicana de Ruanda. Ficamos profundamente tristes ao ouvir a notícia da perda do filho de Laurent e Chantal, Edwin, e continuamos a oferecer nossas orações de conforto para a família Mbanda.

Também tivemos o privilégio de sermos recebidos e dirigidos pelo Primeiro Ministro da República de Ruanda, o Honorável Edouard Ngirente, que falou sobre a importância do nosso encontro.

O tema da nossa conferência para 2023 ‘Para quem iremos nós?’ (João 6:68), juntamente com nossos estudos bíblicos na Carta aos Colossenses, concentrou nossa atenção em Jesus, aquele em quem habita corporalmente toda a plenitude de Deus, o Senhor de toda a criação e a cabeça de seu corpo, a Igreja (Colossenses 1:15-19; 2:9).

Nosso presidente em seu discurso de abertura nos incentivou a sermos uma igreja que se arrepende, uma igreja reconciliadora, uma igreja que se multiplica e uma igreja persistentemente compassiva. Esta é a igreja que queremos ser.

Fomos lembrados de que o propósito e a missão da igreja é dar a conhecer a um mundo perdido as gloriosas riquezas do evangelho, proclamando Cristo crucificado e ressuscitado, e vivendo fielmente juntos como seus discípulos.

Nossa Comunhão Mútua

Demos graças pela bondade e pela fidelidade de Deus ao movimento Gafcon desde o seu início em 2008, enquanto nos regozijávamos com uma nova geração de líderes emergentes. É Deus quem nos une a si mesmo e uns aos outros no poder do seu Espírito (1 Coríntios 12:13). Em meio a diversidade de nossas diferentes origens e culturas, nos deleitamos em nossa unidade em Cristo e no amor que compartilhamos.

Muitos de nós vimos de contextos de perseguição ou conflito e sabemos que quando uma parte do corpo sofre, todos sofrem. Por esta razão, alguns não puderam comparecer à conferência. Oramos por nossos irmãos e irmãs no Sudão e pela igreja perseguida. Também ouvimos testemunhos do poder do evangelho para transformar vidas, mesmo nessas circunstâncias, por meio da oração, bondade e compaixão dos cristãos.

A autoridade da palavra de Deus

As atuais divisões na Comunhão Anglicana têm sido causadas por afastamentos radicais do evangelho do Senhor Jesus Cristo. Alguns dentro da Comunhão foram levados cativos por filosofias vazias e enganosas deste mundo (Colossenses 2:8). Tal falha em ouvir e atender à Palavra de Deus prejudica a missão da igreja como um todo.

A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, soprada por Deus, como foi registrado por seus fiéis mensageiros (2 Timóteo 3:16). Ela carrega a própria autoridade de Deus, é sua própria intérprete e não precisa ser complementada, nem pode jamais ser anulada pela sabedoria humana.

A boa Palavra de Deus é a regra de nossas vidas como discípulos de Jesus e é a autoridade final na igreja.

Ela fundamenta, vivifica e dirige a nossa missão no mundo. A comunhão que desfrutamos com nosso Senhor ressuscitado e ascendido é nutrida à medida que confiamos na Palavra de Deus, obedecemos a ela e nos encorajamos mutuamente a permitir que ela molde cada área de nossas vidas.

Esta comunhão é quebrada quando nos desviamos da Palavra de Deus ou tentamos reinterpretá-la de qualquer forma que subverta a leitura simples do texto em seu contexto canônico e, assim, negamos sua veracidade, clareza, suficiência e, portanto, sua autoridade (Declaração de Jerusalém #2).

A Crise Atual na Comunhão Anglicana

Apesar de 25 anos de advertências persistentes por parte da maioria dos primazes anglicanos, repetidos afastamentos da autoridade da Palavra de Deus rasgaram o tecido da Comunhão. Esses avisos foram flagrantemente e deliberadamente desconsiderados e agora, sem arrependimento, este rasgo não pode ser restaurado.

O mais recente desses afastamentos é o voto majoritário no Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra, em fevereiro de 2023, acolhendo as propostas dos bispos para permitir que casais do mesmo sexo recebam a bênção de Deus. Entristece o Espírito Santo e a nós que a liderança da Igreja da Inglaterra esteja determinada a abençoar o pecado.

Visto que o Senhor não abençoa as uniões entre pessoas do mesmo sexo, é pastoralmente enganoso e blasfemo elaborar orações que invoquem bênçãos em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Qualquer recusa em seguir o ensino bíblico de que o único contexto apropriado para a atividade sexual é a união vitalícia exclusiva de um homem e uma mulher em casamento, viola a ordem criada (Gênesis 2:24; Mateus 19:4–6) e põe em risco a salvação (1 Coríntios 6:9).

As declarações públicas do Arcebispo de Cantuária e de outros líderes da Igreja da Inglaterra em apoio às bênçãos para união de pessoas do mesmo sexo, são uma traição aos seus votos de ordenação e sagração para banir o erro e manter e defender a verdade ensinada nas Escrituras.

Estas declarações são também um repúdio à Resolução I.10 da Conferência Lambeth de 1998, que declara que “a prática homossexual é incompatível com as Escrituras” e desaconselha a “legitimação ou a bênção das uniões entre pessoas do mesmo sexo”. Isto ocorreu apesar do Arcebispo de Cantuária ter afirmado que “a validade da resolução aprovada na Conferência de Lambeth de 1998, I.10, não é questionada e que toda a resolução ainda está em vigor”.

A Conferência de Lambeth de 2022 demonstrou as profundas divisões na Comunhão Anglicana, já que muitos bispos optaram por não comparecer e, alguns dos que compareceram, se retiraram da partilha na mesa do Senhor.

O fracasso do Arcebispo de Cantuária e dos outros Instrumentos de Comunhão

Não temos confiança de que nem o Arcebispo de Cantuária nem os outros Instrumentos de Comunhão por ele liderados (a Conferência de Lambeth, o Conselho Consultivo Anglicano e as Reuniões dos Primazes) sejam capazes de proporcionar um caminho divino que seja aceitável para aqueles que estão comprometidos com a veracidade, clareza, suficiência e autoridade das Escrituras. Os Instrumentos da Comunhão não conseguiram manter a verdadeira comunhão baseada na Palavra de Deus e a fé compartilhada em Cristo.

Todos os quatro instrumentos propõem que a direção para a Comunhão Anglicana é aprender a caminhar juntos em “boa discordância”. Entretanto, rejeitamos a afirmação de que duas posições contraditórias podem ser igualmente válidas em assuntos que afetam a salvação. Não podemos “caminhar juntos” em boa discordância com aqueles que deliberadamente escolheram afastar-se da ” fé uma vez por todas confiada aos santos.” (Judas 3). O povo de Deus “anda em seus caminhos”, “anda na verdade” e “anda na luz”, tudo isso exige que não andemos em comunhão cristã com os que estão nas trevas (Deuteronômio 8:6; 2 João 4; 1 João 1:7).

Sucessivos Arcebispos de Cantuária não conseguiram guardar a fé ao convidar para Lambeth bispos que abraçaram ou promoveram práticas contrárias às Escrituras. Este fracasso da disciplina da Igreja foi agravado pelo atual Arcebispo de Cantuária que, por sua vez, acolheu favoravelmente a provisão de recursos litúrgicos para abençoar estas práticas contrárias às Escrituras. Isto torna seu papel de liderança na Comunhão Anglicana totalmente indefensável.

Chamado ao Arrependimento

O arrependimento define e molda a vida cristã e a vida da igreja. A cada dia na Conferência, em resposta à Palavra de Deus na carta aos Colossenses, fomos direcionados a um tempo de arrependimento.

Reconhecendo nossos próprios pecados e humildemente como pecadores perdoados, oramos para que aqueles que negaram a fé cristã ortodoxa em palavras ou atos se arrependam e retornem ao Senhor (Declaração de Jerusalém #13).

Uma vez que aqueles que ensinam serão julgados com mais rigor (Tiago 3:1), convocamos as províncias, dioceses e líderes que se afastaram da ortodoxia bíblica a se arrependerem de sua falha em defender os ensinamentos da Bíblia. Isto inclui assuntos como a sexualidade humana e o casamento, a singularidade e divindade de Cristo, sua ressurreição corporal, seu retorno prometido, o chamado à fé e ao arrependimento e o julgamento final.

Ansiamos por este arrependimento, mas, até que isto aconteça, nossa comunhão com eles permanecerá rompida.

Consideramos que aqueles que se recusam a se arrepender, abdicaram de seu direito à liderança dentro da Comunhão Anglicana, e nos comprometemos a trabalhar com os primazes ortodoxos e outros líderes para restabelecer a Comunhão em seus fundamentos bíblicos.

Apoio aos Anglicanos Fiéis

Desde o início do Gafcon, tem sido necessário que os Primazes do Gafcon reconheçam novas jurisdições ortodoxas para os anglicanos fiéis, como a Igreja Anglicana na América do Norte (ACNA), a Igreja Anglicana no Brasil, a Rede Anglicana na Europa (ANiE), a Igreja de Confissão dos Anglicanos Aotearoa Nova Zelândia e a Diocese da Cruz do Sul. Encorajamos os Primazes do Gafcon a continuar a oferecer esse porto seguro para os anglicanos fiéis.

Em vista da crise atual, reiteramos nosso apoio àqueles que não podem permanecer na Igreja da Inglaterra por causa da falha de sua liderança. Regozijamo-nos com o crescimento da ANiE e de outras redes alinhadas com o Gafcon.

Também continuamos a nos apoiar e a orar pelos anglicanos fiéis que permanecem dentro da Igreja da Inglaterra. Apoiamos seus esforços para manter a ortodoxia bíblica e para resistir às violações da Resolução I.10.

 Cuidado Pastoral Apropriado

Conscientes de nosso próprio pecado e fragilidade, nos comprometemos a proporcionar um cuidado pastoral adequado a todas as pessoas em nossas igrejas. Isto é ainda mais necessário no atual contexto de confusão sexual e de gênero, agravado por sua promoção deliberada e sistemática em todo o mundo.

O cuidado pastoral apropriado afirma fidelidade no casamento e abstinência na vida de solteiro. Não é um cuidado pastoral apropriado enganar as pessoas, fingindo que Deus abençoa os relacionamentos sexualmente ativos entre duas pessoas do mesmo sexo. Isto é pouco amoroso, pois os leva ao erro e coloca um obstáculo no caminho de sua herança do Reino de Deus (1 Coríntios 6:9-11).

Afirmamos que cada pessoa é amada por Deus e estamos determinados a amar como Deus ama. Como afirma a Resolução I.10, nos opomos à difamação e à calúnia de qualquer pessoa, inclusive daquelas que não seguem os caminhos de Deus, já que todos os seres humanos são criados à imagem de Deus.

Somos gratos a Deus por todos aqueles que procuram viver uma vida de fidelidade à Palavra de Deus em face de todas as formas de tentação sexual.

Comprometemo-nos a apoiar e cuidar uns dos outros de uma forma amorosa e pastoralmente sensível, como membros do corpo de Cristo, edificando uns aos outros na Palavra e no Espírito, e encorajando uns aos outros a experimentar o poder transformador de Deus enquanto caminhamos pela fé no caminho do arrependimento e da obediência que leva à plenitude da vida.

Redefinindo a Comunhão

Ficamos maravilhados em receber em Kigali os líderes da Fraternidade das Igrejas Anglicanas do Sul Global (Global South Fellowship of Anglican Churches – GSFA) e de termos tido uma reunião conjunta entre os primazes Gafcon-GSFA. Juntos, esses primazes representam a esmagadora maioria (estimada em 85%) dos anglicanos em todo o mundo.

A liderança de ambos os grupos afirmou e celebrou seus papéis complementares na Comunhão Anglicana. Gafcon é um movimento focado em evangelismo e missão, plantação de igrejas e apoio bem como é um lar para anglicanos fiéis que são pressionados ou isoladas por dioceses e províncias revisionistas. O GSFA, por outro lado, está focado em estabelecer estruturas baseadas na doutrina dentro da Comunhão.

Nos alegramos com o compromisso em unidade de ambos os grupos sobre três fundamentos: o senhorio de Jesus Cristo; a autoridade e clareza da Palavra de Deus; e a prioridade da missão da igreja para o mundo. Reconhecemos sua concordância de que a “comunhão” entre igrejas e cristãos deve ser baseada na doutrina (Declaração de Jerusalém #13; Pacto GSFA 2.1.6). A identidade anglicana é definida por isto e não pelo reconhecimento da Sé de Cantuária.

Ambos os Primazes do GSFA e do Gafcon compartilham a opinião de que, devido aos desvios da ortodoxia articulada acima, eles não podem mais reconhecer o Arcebispo de Cantuária como um Instrumento de Comunhão, nem como o “primeiro entre iguais” dos Primazes. A Igreja da Inglaterra optou por prejudicar sua relação com as províncias ortodoxas da Comunhão.

Nós aplaudimos a Declaração da Quarta-feira de Cinzas do GSFA em 20 de fevereiro de 2023, pedindo um restabelecimento e a reordenação da Comunhão. Parabenizamos o convite dos Primazes do GSFA para colaborar com o Gafcon e com os outros agrupamentos anglicanos ortodoxos, para trabalhar juntos a forma e a natureza de nossa vida comum e como devemos manter a prioridade de proclamar o evangelho e fazer discípulos de todas as nações.

Redefinir a Comunhão é um assunto urgente. Ela precisa de uma base adequada e robusta que aborde as complexidades legais e constitucionais das diversas Províncias. O objetivo é que os anglicanos ortodoxos no mundo todo tenham uma identidade clara, um “lar espiritual” global do qual possam se orgulhar, e uma forte estrutura de liderança que lhes dê estabilidade e direção como anglicanos globais. Portanto, nos comprometemos a orar para que Deus guie este processo de redefinição e que o Gafcon e o GSFA se mantenham em sintonia com o Espírito.

Nosso Futuro Juntos

Ao considerarmos o futuro de nosso movimento, acolhemos as sete prioridades a seguir, articuladas pelo Secretário Geral e endossadas pelos primazes do Gafcon.

Nós vamos nos envolver em uma década de discipulado, evangelismo e missão (2023-2033).

Vamos nos dedicar a levantar a próxima geração de líderes no Gafcon por meio da educação teológica baseada na Bíblia que os equipará para serem centrados em Cristo e com um coração de servo.

Vamos priorizar o ministério de jovens e crianças que os instrui na Palavra do Senhor, os discipula até a maturidade em Cristo e os prepara para uma vida inteira de serviço cristão.

Afirmaremos e incentivaremos os ministérios vitais e diversos, incluindo os papéis de liderança, do ministério das Mulheres no Gafcon, agindo na família, igreja e sociedade, tanto como indivíduos quanto como grupos.

Demonstraremos a compaixão de Cristo através dos muitos ministérios de misericórdia do Gafcon.

Nós vamos financiar e apoiar o programa de treinamento de bispos, que produz líderes fiéis, corajosos e servos.

Construiremos os laços de comunhão e edificação mútua através de visitas interprovinciais dos nossos primazes.

Ao sair de nossa conferência, encorajamos o Conselho de Primazes a priorizar também o discipulado para meninos e homens.

A fim de perseguir estas prioridades e de fazer crescer o trabalho do movimento Gafcon, endossamos o estabelecimento de uma fundação para doação. Também encorajamos as províncias Gafcon a se tornarem financeiramente auto-suficientes, não apenas para avançar a missão, mas também para evitar serem vulneráveis à manipulação econômica.

O mais importante de tudo, nós nos comprometemos novamente com a missão evangélica de proclamar o Cristo crucificado, ressuscitado e ascendido, convidando todos a reconhecê-lo como Senhor no arrependimento e na fé, e vivendo uma obediência alegre e fiel a sua Palavra em todas as áreas de nossas vidas. Exploraremos novas maneiras de encorajar uns aos outros, de orar uns pelos outros e de nos responsabilizarmos uns pelos outros nestes pontos.

Nós nos entregamos nas mãos do nosso todo-poderoso e amoroso Pai celestial com a confiança de que ele cumprirá todas as suas promessas e, mesmo através de um tempo de poda, Cristo edificará a sua igreja.

‘Para onde iremos nós?’

Vamos a Cristo, o único que tem as palavras da vida eterna (João 6:68)
e, então, vamos com Cristo para o mundo inteiro. Amém.

Kigali, Ruanda 21 de Abril de 2023

ABOUT THE DECISION OF THE GENERAL SYNOD OF THE CHURCH OF ENGLAND TO “BLESS” SAME-SEX UNIONS.

Preach the word; be prepared in season and out of season; correct, rebuke and encourage —with great patience and careful instruction. For the time will come when people will not put up with sound doctrine. Instead, to suit their own desires, they will gather around them a great number of teachers to say what their itching ears want to hear.2 Timóteo 4:2-5

THE ANGLICAN CHURCH IN BRAZIL STATEMENT

After publicization in the national and international media about the decision of the General Synod of the Church of England to “bless” same-sex unions, the Anglican Church in Brazil joins the findings of the GSFA (Global South Fellowship of Anglican Churches and the GAFCON (Global Anglican Future Conference) and understand the need to make the following clarifications.

1. The Anglican Communion comprises more than 40 autonomous provinces, which are national churches and, in some cases, multinationals, involving more than one country. Their canons govern them. And they are expected to live in unity with the other Provinces of The Communion.

2. The Anglicans in England form “The Church of England,” and it is one of those more than 40 Provinces.

3. The decision made by the Church of England at its national Synod 2023 does not affect the other churches of the Anglican Communion and applies only to that church.

4. The Anglican Church in Brazil is part of Anglicans around the world who remain faithful to the Holy Scriptures of the Old and New Testaments and follow the resolutions established by their majority at the Lambeth Conference in 1998, especially that concerning human sexuality (resolution 1:10)

5. The Anglican Church in Brazil is part of The GAFCON (Global Conference for the Future of Anglicanism) signatory of the “Jerusalem Declaration,” and a member of The Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA), which brings together more than 70 million Anglicans worldwide who remain faithful to the Bible as the Word of God.

6. The Anglican Church in Brazil refutes the biblical revisionism that has been “tearing” the fragile fabric of church unity.

7. As Christians, we love all human beings seeing them as God’s creation and, as such, in constant need of God’s love and forgiveness; from ourselves, we can also identify sin in our lives.

8. The Union between a man and a woman is how we biblically understand marriage, so we defend and practice it. (Gen 2:24)

9. We come against violence against any human being despite their sexual identity and recognize the need for pastoral care for those in conflict.

10. We are looking forward to the GAFCON IV in April when together with thousands of Anglicans, we will pray, reflect and decide the next steps to be taken on the subject

DECISION OF THE ACiB

In reflection and prayer, the Executive Council of the Anglican Church in Brazil decided: To declare impaired communion with Dioceses, churches, institutions, and leaders in the Anglican Communion that support the CoE General Synod 2023 resolutions on same-sex blessings. We also eagerly believe that many Anglicans in England hold to the orthodox faith and are under threat, so we offer our prayers and support in any possible way.


The Most Revd. Miguel Uchoa
Archbishop and Primate
Chair of the Executive Committee

SOBRE A DECISÃO DO SÍNODO GERAL DA IGREJA DA INGLATERRA DE “ABENÇOAR” AS UNIÕES DO MESMO SEXO.

Pregue a palavra; estar preparado na estação e fora de época; corrija, repreenda e encoraje — com grande paciência e cuidadosa instrução. Pois virá o tempo em que as pessoas não suportarão a sã doutrina. Em vez disso, para atender aos seus próprios desejos, eles reunirão em torno deles um grande número de professores para dizer o que seus ouvidos coçando querem ouvir. 2 Timóteo 4:2-5

A DECLARAÇÃO DA IGREJA ANGLICANA NO BRASIL

Após a divulgação na mídia nacional e internacional sobre a decisão do Sínodo Geral da Igreja da Inglaterra de “abençoar” as uniões do mesmo sexo, a Igreja Anglicana no Brasil se une às conclusões da GSFA (Global South Fellowship of Anglican Churches e da GAFCON (Global Anglican Future Conference) e entende a necessidade de fazer os seguintes esclarecimentos.

1. A Comunhão Anglicana compreende mais de 40 províncias autônomas, que são igrejas nacionais e, em alguns casos, multinacionais, envolvendo mais de um país. Seus cânones os governam. E espera-se que vivam em unidade com as outras Províncias da Comunhão.

2. Os anglicanos na Inglaterra formam “A Igreja da Inglaterra”, e é uma dessas mais de 40 províncias.
3. A decisão tomada pela Igreja da Inglaterra em seu sínodo nacional esta semana não afeta as outras igrejas da Comunhão Anglicana e se aplica apenas a essa igreja.

4. A Igreja Anglicana no Brasil faz parte de anglicanos em todo o mundo que permanecem fiéis às Sagradas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento e seguem as resoluções estabelecidas por sua maioria na Conferência de Lambeth em 1998, especialmente a relativa à sexualidade humana (resolução 1:10)

5. A Igreja Anglicana no Brasil faz parte da GAFCON (Conferência Global para o Futuro do Anglicanismo), signatária da “Declaração de Jerusalém” e membro da Global South Fellowship of Anglican Churches (GSFA), que reúne mais de 70 milhões de anglicanos em todo o mundo que permanecem fiéis à Bíblia como a Palavra de Deus.

6. A Igreja Anglicana no Brasil refuta o revisionismo bíblico que vem “rasgando” o frágil tecido da unidade da igreja.

7. Como cristãos, amamos todos os seres humanos, vendo-os como criação de Deus e, como tal, em constante necessidade do amor e do perdão de Deus; de nós mesmos, também podemos identificar o pecado em nossas vidas.

8. A união entre um homem e uma mulher é como biblicamente entendemos o casamento, por isso o defendemos e praticamos. (Gênesis 2:24)

9. Nós nos voltamos contra a violência contra qualquer ser humano, apesar de sua identidade sexual, e reconhecemos a necessidade de cuidado pastoral para aqueles em conflito.

10. Estamos ansiosos para o GAFCON IV em abril, quando, juntamente com milhares de anglicanos, oraremos, refletiremos e decidiremos os próximos passos a serem dados sobre o assunto.

DECISÃO DO ACiB

Em reflexão e oração, o Conselho Executivo da Igreja Anglicana no Brasil decidiu: Declarar a comunhão prejudicada com Dioceses, igrejas, instituições e líderes da Comunhão Anglicana que apoiam as resoluções do Sínodo Geral do CdE de 2023 sobre bênçãos do mesmo sexo. Também acreditamos ansiosamente que muitos anglicanos na Inglaterra mantêm a fé ortodoxa e estão sob ameaça, por isso oferecemos nossas orações e apoio de qualquer maneira possível.

The Most Revd. Miguel Uchoa
Archbishop and Primate
Chair of the Executive Committee

CARTA À NAÇÃO BRASILEIRA

CARTA À NAÇÃO BRASILEIRA

Recife, 05 de outubro de 2022

Aos Cristãos da Nação Brasileira, especialmente à família Anglicana no Brasil

Nós, bispos do Colégio Episcopal da igreja Anglicana no Brasil, chegamos até vocês para cumprir com o nosso ministério pastoral e profético de anunciar o Reino de Deus, denunciar toda injustiça e tudo aquilo que se levante contra os valores deste Reino. Para tal nesse período eleitoral e decisivo da nossa nação, recomendamos que:

  1. Nenhuma de nossas igrejas devem ser usadas como tribuna para candidatos de qualquer partido
  2. Nossos clérigos não devem se envolver em campanhas de qualquer candidato
  3. Oremos, porque nossa nação precisa de nossos joelhos (1 Tm 2:1-2)
  1. Exerçamos nossa cidadania – Todo(a) brasileiro(a) devidamente habilitado(a) pode e deve exercer o direito de escolher um candidato. Recomendamos que não se abstenham, não se isentem, não sejamos omissos em um momento tão crítico da nação. (Mt 5:13-16)
  2. Atentemos para a importância da eleição- Além do presidente, 12 Estados ainda estarão escolhendo seus mandatários e nossa participação continua sendo fundamental. ( 1 Ts 5:21)
  3. Tenhamos serenidade diante de todo tumulto. A campanha eleitoral está acirrada. A serenidade é necessária diante de tanta confusão estabelecida nessa disputa. Recomendamos pensar e não se deixar manipular pelos discursos e promessas que são as mesmas a cada quatro anos. ( 2 Tm 2:23-24)
  4. Entendamos que obrigação não é proposta- Os candidatos a cada eleição afirmam com altivez que defenderão especialmente os pobres com os recursos para EDUCACÃO-SAÚDE-COMBATE A VIOLENCIA- SEGURANÇA. Lembrem que essas são parte das obrigações constitucionais do Estado e não benefícios que eles trarão. Eles são OBRIGADOS a fazer isso. Candidatos e seus apoiadores colocam esses temas como sendo uma grande proposta pessoal deles e não obrigação do Estado e de sua função de parlamentar. (Pv 14:31)
  5. Não nos deixemos manipular, observemos se há coerência. Sugerimos fazer uma pesquisa sobre o candidato e seus apoiadores, quem eles são, se há coerência em suas alianças e propostas.  (Mt 5:37)
  6. Priorizemos princípios e valores. Os valores Judaico-cristãos são a base da sociedade ocidental. Você como cristão(ã) deve lutar para preservá-los. Os legisladores estão entrando nos nossos lares e contra o direito da família, tem tentado educar nossos filhos através da criação de leis e estratégias dentro do sistema educativo. Não sejamos ingênuos, o mal não se apresenta raivoso, mas sonso. O que pensa o seu Candidato ou seus apoiadores a esse respeito? Abaixo alguns desdobramentos dos Princípios e valores que são inegociáveis e defendemos como cristãos (Pv 22:6)
    • Valores da família- A cristandade crê na família como a união de um homem e uma mulher com o proposito de ser feliz, de procriar e encher a terra da graça de Deus. Rejeitamos veementemente o que tem se chamado de “ideologia de gênero” abusando emocionalmente nossas crianças. A criação de uma criança sem a presença masculina e a feminina traz malefícios comprovados cientificamente há muito. O que defendem os seus candidatos e seus apoiadores a esse respeito? (Js 24:15)
    • Valores éticos – A honestidade e a integridade são valores inegociáveis. Os candidatos devem ter seus nomes limpos e nunca terem atentado contra o erário publico, que drena as riquezas da nação. Recentemente vimos o nosso país ser alvo do maior escândalo de corrupção de nossa história e talvez do mundo. A corrupção não tem partido ou ideologia, ela é um mal do desvio dos propósitos de Deus. Como se comporta seu candidato a esse respeito? (Jó 15:16)
  7. Valores da vida – Como cristãos defendemos a vida e somos contra a interrupção da gravidez em qualquer fase dela, desde a fecundação. Entendemos o aborto como o assassinato de um não nascido indefeso. Não se pode argumentar que “mulheres estão morrendo por abortos ilegais “e escolher matar outro ser indefeso para salvá-la. Ambos devem ter direito a vida. O que seus candidatos e seus apoiadores pensam sobre isso? (Ex 20:13;Dt 5:17)
  8. Valores da justiça – Justiça na compreensão do evangelho é “fazer a coisa certa”, o cristianismo defende a igualdade de oportunidade para todos e o cuidado com os mais desprovidos e marginalizados da sociedade. Rejeitamos as sociofobias seja homo, hétero ou de qualquer tipo. Todos devem ser iguais perante a lei e todos devem ter deveres e direitos. (Jó 8:3)
  9. Ideologização do gênero humano – Entendemos que Deus criou homem e mulher para se completarem, crescerem e multiplicarem. O que vá além disso é opção pessoal de cada um e devem ser respeitados os que creem e os que fazem suas opções. (Gn 1:27)
  10. Valores espirituais – Sim entendemos ser importante avaliar a espiritualidade de seu candidato. O Estado é laico para não promover uma confissão, mas a nação é livre para viver de acordo coma sua espiritualidade. Nosso Deus é Jesus Cristo, rejeited optar por candidatos que se opõem a fé cristã. (Ex 20:3)
  11. Defendamos a livre iniciativa e o direito à propriedade – O Estado tem suas obrigações e a iniciativa privada deve ter sua liberdade. Defendemos a economia de mercado e entendemos que o Congresso Nacional e a Presidência da República tem o dever de promover uma economia equilibrada, fortalecer o acesso ao crédito, valorizar as riquezas nacionais, diminuir o tamanho do Estado para que haja geração de empregos que trará́ uma sociedade mais justa e, preservar o direito à propriedade combatendo as invasões delas. Nossa herança protestante dá valor a iniciativa privada com ética e honestidade e justiça. (Ex 20:17)
  12. Lembremo-nos dos mais necessitados Com seu voto, você tem a oportunidade para defender quem é mais vulnerável na sociedade. De acordo com a Bíblia, os governantes têm o dever de proteger os mais necessitados. Enquanto você analisa as políticas de cada candidato, não pense somente em você. Pense também em quem precisa de ajuda.( Pv 312:8-9)
  13. Entendamos que não há candidatos “ungidos” – A política é uma atividade nobre e deve ser exercida para o povo e em benefício dele. A Igreja não deve ser “cabo eleitoral”. A lei proíbe o uso da estrutura das religiões e da fé como plataforma de lançamento de candidatos. Estamos elegendo pessoas para fazer o bem da nação e não da “minha religião”. Qual a prática de seu candidato e de seus apoiadores a esse respeito? (1 Samuel 15:26)
  14. Denunciemos toda forma de corrupção. Ela destrói as bases produtivas e a economia da nação, drenando seus recursos e evitando que eles sejam utilizados em prol das obrigações inerentes ao Estado. Seu candidato ou seus apoiadores estão ou estiveram envolvidos em corrupção? (Ex 20:15)
  15. Defendamos o Estado Laico, mas não ateu- O Estado laico defende a liberdade religiosa e não prioriza nenhuma delas. Temos visto uma tentativa de se criar um Estado “Cristianofóbico”. Qual a postura de seu candidato e de seus apoiadores quanto a isso? (T 5:10-12)
  16. Rejeitemos a legalização do consumo de drogas- Entendemos que o que gera o tráfico de drogas são os consumidores. Muitos deles são vítimas outros são protagonistas e, conscientes ou não, se tornam os associados indiretos dos traficantes, sem consumidores não haverá́ tráfico. As drogas têm sido a causa de muitos dos maiores males que vive a sociedade mundial. Como Igreja temos lutado com nossas forcas com ou sem apoio do Estado na criação de redes de apoio e casas de recuperação de usuários de drogas. Entendemos que a educação e uma família equilibrada são o maior antidoto contra o uso de drogas. Essa tem sido a missão da Igreja. O que seu candidato e seus apoiadores pensam sobre isso? (1 Pe 5:8)
  17. Escolhamos candidatos- Existem candidatos e partidos que podem ser identificados dentro dessas recomendações. A escolha será́ sempre de cada um de nós, e as consequências da mesma forma, sempre serão sofridas por cada um de nós.

Essa é a nossa posição como Igreja de Jesus Cristo, que Deus nos abençoe e tenha misericórdia de nós.

Revmo. ++ Miguel Uchoa Cavalcanti

Bispo Diocesano de Recife e Primaz do Brasil

Revmo. + Marcio Meira

Bispo Diocesano de João Pessoa PB

Revmo. + Marcio Simões

Bispo Diocesano de Vitória PE

Revmo. + Evilásio Tenório

Bispo Auxiliar de Recife

Revmo. + Flavio Adair

Bispo Auxiliar de Recife Norte

 “Ai daqueles que fazem leis injustas, que escrevem decretos opressores para privar os pobres dos seus direitos e da justiça” (Isaías 10, 1)